sexta-feira, 26 de agosto de 2011

"A Roma quer Casemiro para a próxima temporada" (sim, eles querem, é sério)

EXCLUSIVO! O Antimídia obteve acesso a algumas gravações (por motivos de segurança, nossa fonte permanece em sigilo) e transcreve, agora, a tradução do telefonema feito pelo presidente da Roma, Thomas di Benedetto, ao cartola são-paulino Juvenal Juvêncio, no qual ele mostrava interesse no atleta tricolor Casemiro, corroborando o que os jornais brasileiros deram como manchete. Confiram.

- Alô, Juvenal?

- Sim. É o presidente da Roma?

- Eu mesmo.

- Tudo bom com o senhor?

- Olha, cortemos as amenidades para irmos direto ao assunto. Eu não consegui dormir noite passada. Tomei calmantes, e mesmo assim nada. Tenho ido a psicólogos, para fazer tratamento. Não aguento mais, precisamos de Casemiro no nosso time.

- Sim, vi nos jornais daqui que existia um interesse por parte de vocês romanos, que a Roma queria o Casemiro e mandaria agentes para cá...

- "Interesse" é pouco: é estritamente necessário podermos contar com esse incrível, genial e absurdo Casemiro na nossa equipe próxima temporada. Que craque, que craque!

- Olhe, Benedetto, é um atleta jovem, agora valorizado...

- Não importa! Pagamos o que for necessário! Não consigo mais ver a Roma sem Casemiro no meio-campo. O time precisa dele para ontem!

- Podemos conversar...

- Juvenal, o caso é muito sério. A Roma corre o risco de fechar suas portas se não tiver o Casemiro com a gente logo. Sem um nome brilhante como esse, não valeria a pena continuar a manter o esquadrão. A presença dele aqui será o respiro que o futebol italiano precisa! É muito craque, esse garoto!

- Vou lhe mandar um DVD...

- Não precisa! Já tenho vários DVDs aqui! Quantos lances magistrais! Que noção de posicionamento, que capacidade de marcação, que vocação para subir ao ataque! Os DVDs não tem mais que 15 minutos de imagens cada um, mas já estou plenamente convencido! Não posso arredar pé!

- Você também precisa falar com o empresário dele...

- Mas já conversei com TODOS os empresários do menino! São vários, não? Eles também querem que ele seja negociado com a gente, fizeram condições especiais, etc, o que me deixou muito feliz. Me juraram que é um sonho de Casemiro jogar no futebol europeu, e em especial na Roma! Confio neles!

- Tudo bem. Me ligue ainda essa semana para fecharmos negócio, OK?

- Só retorno a falar contigo se você JURAR que não o venderá a nenhum outro clube... Repito: é da ordem de manter a Roma em atividade que ele seja nosso camisa 5 essa temporada de 2011-2012.

- Certo, vocês tem a prioridade.

- Ótimo. QUEREMOS CASEMIRO, PRECISAMOS DE CASEMIRO, O FUTEBOL AGRADECE A EXISTÊNCIA DE FENÔMENOS COMO CASEMIRO!!!

- Tudo bem, Benedetto. Abraço.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A quem interessar possa

Outro dia, falei aqui desse previsível fenômeno que acontece toda vez que Ronaldinho Gaúcho "joga bem": as pessoas que trabalham com futebol imediatamente colocam o sujeito em um pedestal inversamente proporcional à sua disposição em campo; tratam do rapaz como se fosse um divindade mesmo que não tenha feito nada minimamente próximo ao divino - e eis aí o problema: se acreditam que Ronaldinho produz milagres, é, antes de tudo, porque QUEREM acreditar nisso, já acreditam desta maneira automaticamente, antes mesmo de qualquer acontecimento, e não abrem mão da prerrogativa. Em suas cabeças moldadas pela publicidade, o que advém dos pés do 10 rubro-negro é sempre digno de espasmos e reverência, pois assim está incutido em seus subconscientes, ditado diretamente pelo "Grande Irmão", o príncipe eletrônico que guia suas vontades. Não há espaço para questionamentos: assim é, assim deve ser feito, e pronto. Difícil lutar contra o que "especialistas" e "analistas isentos", essas vozes justas e respeitáveis, lhes injetaram na mente como dogmas inflexíveis, não é?

Agora, Ronaldinho é tido como "um dos destaques do Brasileirão", graças a alguns jogos que "decidiu". Um cruzamento feito de forma correta, se executado por ele, é "decisão de partida". Suas 10 presenças apagadas são deletadas, passam a não existir mais, em troca do auê ensurdecedor criado a partir daquela única bem disputada. "Ele recuperou a alegria de jogar", dizem. Adentramos em um território ainda mais próximo ao da lavagem cerebral quando Galvão Bueno diz, na transmissão do jogo do Flamengo, que o craque deve ser convocado para a seleção brasileira novamente. Mobilização geral: Bueno dá a ordem, seus cordeiros obedecem, e a discussão passa a ser quando Mano dará outra chance a esse "gênio". A desonestidade dá o tom dessa história porque: 1) estamos falando aqui de um campeonato no qual um inacreditável encosto como Luan é titular de um de seus principais times (e bem cotado na tabela da Bola de Prata da Placar, confiram tal hilaridade no site da revista); e 2) temos alguém alçado a patamares de "gênio" porque bate pênaltis e dá "cruzamentos decisivos". A nós, do Antimídia, tais parâmetros são muito pobrinhos. Sorry, folks, mas resistimos a cair nessa arapuca.

(Para terminar, preciso compartilhar com alguém o que escutei na transmissão de domingo: Luciano do Valle disse que o Flamengo, que ganhava por 2 a 0, deveria tomar cuidado, porque o Figueirense é "um timaço". Sim, repito: ele disse que o Figueirense é "um timaço". Sem mais.)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Come mortadela e arrota salmão

Dentro da covarde idéia ilusionista pregada pelo futebol moderno, um de seus capítulos mais rasteiros têm sido escrito agora: alguns "articulistas" (Neto à frente, seguido de entulhos como Celso Cardoso) estão tentando incutir em nossas mentes que Luan, do Palmeiras, na realidade não é um clamoroso perna-de-pau, e é sim atleta a ser considerado, pois demonstra utilidade graças a sua "consciência tática" (qual?). Luan é, disparado, um dos casos mais grotescos do futebol atual, um atacante que sequer possui discernimento em relação à melhor maneira de ficar em pé, uma das maiores indignidades com a camisa verde em toda a sua história. Nos tentarem transmitir a idéia de que não, não estamos vendo um anti-futebolista paquidérmico e despido de qualquer condição técnica, e sim alguém que realmente possui valor e que sua condição de titular do clube é merecida, é mostrar (mais uma vez...) que encaram o espectador como um nada desprovido de qualquer capacidade de percepção e entendimento, é querer transformá-lo em um ruminante pronto a fazer outra refeição de capim. Buscar cavucar a estranhíssima história desse sujeito, que foi contratado por 7 milhões (!) de euros pelo Palestra mesmo, repito, tendo enorme dificuldade com o básico mecanismo que faz um ser humano ficar em pé, é algo que não passa pela cabeça dos tais "analistas" - afinal, isso pode representar um passo ambicioso demais para quem se refestela apenas com o superficial e com a mistificação corporativista/publicitária.

Nos últimos jogos do Palmeiras contra o Vasco, procurei observar a diferença reinante entre os noviços e Juninho Pernambucano. Deu pena, na boa. Observava Luan, entre as trombadas e sua falta de categoria usuais, que não lhe permitem sequer completar um lance sem atropelos, e o 8 cruz-maltino, que não errava passes e lançamentos para qualquer distância do campo e que não dispendia nenhum esforço adicional para que sua categoria fosse aviltantemente superior à de todos que ali estavam, e me sobrevinha uma incontrolável vontade de chorar. Quando estabeleceu-se a mim que dois dos paradigmas do futebol ali estavam, Juninho, meio-campista de classe pertencente a uma geração anterior (e nem tão distante em relação aos anos, mas já tremendamente ultrapassada em se tratando de propósitos), e Luan, desgraça que sequer poderia ter sido aprovada em uma peneira mas que ali estava vestido a camisa de um grande brasileiro (e como titular!) graças a algum nebuloso trabalho de bastidores, surge o lance capital: o vascaíno aplica um tranqüilo chapéu justo no "ponta" palmeirense. Então a ficha caiu, já que, se não havia a menor possibilidade de se concretizar um "choque entre gerações" ali, era porque o real embate naquele pedaço do campo, e que resultou no calmo lençol, era o futebol versus o anti-futebol - e o primeiro sempre sairia vencedor, não importa a quantidade de euros, não importa a cor da chuteira. Juninho está prestes a aposentar-se sem gerar sucessores, e tipos como Luan são a maioria populacional do decaído "Brasileirão". O campeonato não poderia ter um velório mais condizente.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Quando o futebol dominava a Terra...

O futebol moderno é como um furacão. Enfurecido, destruidor. Ele muda tudo, pois ele é o supremo na equação da vida e da morte. Só que o futebol moderno é um fenômeno criado pelo homem. Antes ele era um jogo. E havia gente (muita gente) que torcida pelos times e ali encontra resposta paras suas dores diárias. Não era ópio, e sim gozo. E logo, houve a imprensa que passou a noticiar e relatar os fatos envolvendo o esporte... No final, tornou-se uma loucura maravilhosa, a junção de todas as artes em uma só! Mas ai veio o furacão e tudo começou a mudar. Lógico que, de início, ele surgiu como um sopro qualquer, pois nele há articulação e veneno Lavagem cerebral se faz com flores e não tanques. E, pouco a pouco, com muito planejamento e execução, estudos e metas com públicos alvo definidos, esse monstro virou essa catástrofe que engoliu a essência do jogo, em detrimento de alguns trocados no bolso. E ele segue destruindo, pois há o homem, e não a natureza, por trás de seus instintos. Manipulando os fatos, disfarçando a verdade, quando ela agride sua pecaminosa existência e criando aberrações em forma de Hércules. Seus aplausos são pré fabricados e o cheiro mais forte não é mais do suor. E a mentira bem contada serve como força motriz desse monstro. Necessita, logo, de algum “golaço”, ou algum “jogão”, para que a venda milionária de sua arte seja justificada. Como esse monstro nasceu para esmagar o que antes havia, pois precisava de seu espaço para triunfar, vivem a difamar coisas como o “carrinho”, a discussão com o árbitro, pois nada, absolutamente nada pode ficar no seu caminho e de suas “glórias” executadas e planejadas. E esse monstro não é feito de energia natural, e sim de dinheiro. Então, ele não pede licença. Vejam agora como as camisas dos “jogadores” não precisam mais ficar para dentro dos calções dos mesmos. E não porque alguma tendência natural guiasse o jogo para essa mudança. Sim, os fardamentos de 1930 não eram mais os mesmos em 1950, e assim foi escrita a história da evolução. Mas essa nova “mudança” vem para que a parte de baixo da camiseta tenha mais um espaço para mais, claro, dinheiro. Coincide com a falta de cobrança que este mosntro tem com o legado, que agora ficou no passado. Hoje, o erro não evoca mais cobrança. O jornalista erra, e ri dizendo "oi" pro seu microfone ligado ao diretor de estúdio; o jogador erra um pênalti e não pode ser vaiado, sem que a TV diga que "a torcida está pegando no pé", e assim vamos. Havia muita cobrança no futebol, porque só assim controlava-se aquela loucura maravilhosa. Agora, com planejamento e execução, tudo pode, tudo se cria, tudo se vende. Havia espaço no futebol para tudo, inclusive ganhar dinheiro com ele. Mas nunca em nome da morte de seu legado! Ele segue destruindo e dominando, como um vírus letal faria num corpo qualquer. Há muito terreno até a Copa Havelange, que logo vem. Preparem seus abrigos. Nada mais por hoje, amigos.

PS – Viva Valdir, O Bigode! Viva o 3 a 5 na Vila Belmiro! Aquilo, sim, arrepia minha alma!