Alguém aí ainda acredita, do alto de sua invejável ingenuidade, que esse negócio de "rodízio" de jogadores, seja algo puramente técnico? Não passa pela sua cabeça que trocar os titulares do time a cada nova partida é ter os clubes definitivamente de quatro perante o jogo sujo dos empresários, que não aceitam ver seus pupilos na reserva dos times que resolveram contar com seus préstimos e fazem uma pressão danada nos bastidores para vê-los em campo? E que qualquer minuto que o escrav..., digo, atleta estiver no gramado significa um acréscimo de imagens impactantes ao DVD que tencionam enviar para clubes europeus, asiáticos e árabes, e, no caso de uma venda vultosa conseguida graças a essas migalhas, isso representa lucro para todos os envolvidos? Bom, se você acha que não é assim, repito: lhe invejo.
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Como dito aí embaixo, o natural desse time do Santos era logo querer dinheiro. Sucesso e reconhecimento significa grana, para essa nova geração de apalermados futebolistas que, cercados de parasitas, precisam alimentá-los como a quem dá de comer a animais de estimação, para não perderem o seu séquito de baba-ovos (chamados de vários nomes: representantes, assessores, etc.). Não demorou nem dois dias do último post para isso se concretizar: André, centroavante que mal foi promovido ao time profissional, marcou alguns pontos nos últimos cotejos e, sem perda de tempo, já foi à imprensa dizer que "dinheiro é bom e eu quero". A diretoria do Peixe precisa agir rápido: se não reajustar urgentemente o salário da criatura, pode começar a receber ameaças vis de seu empresário, esse sujeito tão onipresente quanto rápido no gatilho; basta convencer o atleta a não renovar o contrato pelo valor "merecido", que já se pode concretizar, com antecipação, a inevitável transferência ao estrangeiro - e isso sem o Santos ter direito a um tostão. Um lado quer bufunfa, o outro também: neste empurra-empurra de ganância desmedida, difícil os abutres não chegarem a um acordo. No final, há carniça para todos.
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Parabéns ao Corinthians, que conseguiu perder para um time que nem nome tem. Aliás, quando fiquei sabendo que o tal Grêmio Presidente Prudente era o mesmo Grêmio Barueri que disputou o Mentirão do ano passado, não pude conter as gargalhadas, e ri até a barriga doer. Só soube disso depois do término da partida, juro. Antes, pensava que fosse alguma dessas equipes aparecidas do nada, que ascendem de divisão porque são bancada por patrocinadores graúdos, assim como o próprio Barueri havia feito no Nacional passado. É o esquadrão-modelo dos novos tempos, que surgiu tão "profissional", e hoje vira piada involuntária. Mas não tem problema: se Presidente Prudente os enxotar, o bairro onde resido, em São Bernardo do Campo, poderá acolhê-los. Aí, começariam a se chamar Grêmio Baeta Neves. E assim podem ficar até serem expulsos de novo. Já estarão acostumados, mesmo...
segunda-feira, 22 de março de 2010
sexta-feira, 19 de março de 2010
Cospe pra cima, e uma hora cai na cara
Até certo ponto, não podemos culpar as novas gerações pela desgraça atual do futebol sem vida. Afinal, as referências que elas encontram hoje em dia são essas que estão aí; se elas passam a gostar fanaticamente do esporte, é porque admiram craques feitos em laboratório mas pertencentes a seu tempo, como Lampard, Cristiano Ronaldo e Adriano. Isso é absolutamente natural, ter como ponto de partida os atuais para criar curiosidade por aqueles que ajudaram a fazer a história. Lembro que, quando fui infectado pela doença futebolística, admirava jogadores como Viola e Edmundo, e me pergunto o que pessoas das antigas, mas com uma mesma visão decadentista que possuo agora, achavam à época de tais nomes em comparação com os antigos, mesmo sendo ambos inquestionavelmente ótimos atletas. As gerações mudam, as concepções e as exigências dos que as acompanham, também.
Pois então: se, para a criançada, esses são os maiores de todos os tempos, é porque são onipresentes na mídia, possuem toda a sua carreira devassada por programas de televisão e seus gols e "grandes jogadas" estão em qualquer site que comporte vídeos por aí. O imediatismo estupidificante assim o quer, e faz uso do aparato tecnológico/midiático para atingir seu objetivo meramente mercantilista. Jogador antigo não vende camisa ou chuteira colorida. Serve somente como "folclore", como uma peça surgida em tempos pré-históricos e pouco "profissionais" para que se pavimentasse o caminho desses inatingíveis (e únicos) deuses do telão contemporâneos. Portanto, esse é um processo delicado feito de cima para baixo, que encontra no torcedor o fim que justifica os meios, e que incita no próprio apenas a sede pelo agora, como se vivesse em uma eterna propaganda de cerveja, para poder dele sugar tudo o que for possível. Qualquer coisa torna-se descartável no jogo dos graúdos - até mesmo os que defendem tal estado de coisas.
Digo isso porque a grande tristeza que sinto nessa história é justamente a de observar os que deveriam lutar contra a imbecilização do fã transfomarem-se em nocivos agentes da Nova Ordem, regidos por sua própria passividade. Pessoas que acompanharam um(ns) outro(s) momento(s) do futebol terem rendido-se tão docilmente, e ainda permanecerem de joelhos, é algo duro de engolir. Não tenho mais o menor interesse em ouvir gente como Juca Kfouri, Alberto Helena Jr. e José Trajano; pessoas que, com um perfil dito "combativo", tornaram-se ovelhinhas de presépio das grandes corporações das quais são empregados, e só dignam-se a abrir a boca para pilhérias se o alvo de suas reclamações for alguém que lhe pisou nos calos e/ou de seu contratante. Tornaram-se anacrônicos porque enterraram suas personas, contruídas em anos e anos de exposição pública, em prol daquilo que já criticaram tão veementemente. Estão perdidos em suas próprias convicções. Não são mais capazes de questionar, e sim de mastigar e regurgitar aquilo que o senso comum serve em suas bandejas. Nivelaram-se aos medíocres - não sem merecimento, obviamente.
Veja a situação de Ronaldo, por exemplo: algum desses caras, que tanto prezam o profissionalismo, dizem um "A" a respeito da sua obesidade e falta de fôlego? Algum deles comentou com maior veemência as presepadas de Adriano (se esquivam dizendo que não têm nada a ver com a "vida pessoal" do jogador, mas ela, como se vê nas últimas semanas, influi decisivamente no desempenho do centroavante)? Eles, por acaso, tentaram desmacarar essa fraudulenta "corrente pra frente" por Ronaldinho Gaúcho, que nos importuna com uma saraivada de mentiras a cada rodada do Italiano? Disseram que Robinho continua sem jogar NADA compatível com sua fama desde que retornou ao Brasil? Falam que a esse time do Santos não interessa a formação de um time vencedor para dignificar o escudo desse histórico clube, e sim para valorizar perante o mercado externo os "Meninos da Vila", que logo começarão a mendigar por oportunidades fora daqui, nem que seja em mercados falidos como Turquia e Arábia Saudita? Claro que não. Mesas-redondas hoje servem para o merchandising de produtos escrotos, para a exibição de loiras-objeto mais versadas em moda do que em futebol (pensando bem, estão no lugar certo) e para nos evidenciar a decrepitude dessa gente que perdeu (ou escondeu) a capacidade de se indignar e pensar criticamente.
O último que sair, apague a luz.
Pois então: se, para a criançada, esses são os maiores de todos os tempos, é porque são onipresentes na mídia, possuem toda a sua carreira devassada por programas de televisão e seus gols e "grandes jogadas" estão em qualquer site que comporte vídeos por aí. O imediatismo estupidificante assim o quer, e faz uso do aparato tecnológico/midiático para atingir seu objetivo meramente mercantilista. Jogador antigo não vende camisa ou chuteira colorida. Serve somente como "folclore", como uma peça surgida em tempos pré-históricos e pouco "profissionais" para que se pavimentasse o caminho desses inatingíveis (e únicos) deuses do telão contemporâneos. Portanto, esse é um processo delicado feito de cima para baixo, que encontra no torcedor o fim que justifica os meios, e que incita no próprio apenas a sede pelo agora, como se vivesse em uma eterna propaganda de cerveja, para poder dele sugar tudo o que for possível. Qualquer coisa torna-se descartável no jogo dos graúdos - até mesmo os que defendem tal estado de coisas.
Digo isso porque a grande tristeza que sinto nessa história é justamente a de observar os que deveriam lutar contra a imbecilização do fã transfomarem-se em nocivos agentes da Nova Ordem, regidos por sua própria passividade. Pessoas que acompanharam um(ns) outro(s) momento(s) do futebol terem rendido-se tão docilmente, e ainda permanecerem de joelhos, é algo duro de engolir. Não tenho mais o menor interesse em ouvir gente como Juca Kfouri, Alberto Helena Jr. e José Trajano; pessoas que, com um perfil dito "combativo", tornaram-se ovelhinhas de presépio das grandes corporações das quais são empregados, e só dignam-se a abrir a boca para pilhérias se o alvo de suas reclamações for alguém que lhe pisou nos calos e/ou de seu contratante. Tornaram-se anacrônicos porque enterraram suas personas, contruídas em anos e anos de exposição pública, em prol daquilo que já criticaram tão veementemente. Estão perdidos em suas próprias convicções. Não são mais capazes de questionar, e sim de mastigar e regurgitar aquilo que o senso comum serve em suas bandejas. Nivelaram-se aos medíocres - não sem merecimento, obviamente.
Veja a situação de Ronaldo, por exemplo: algum desses caras, que tanto prezam o profissionalismo, dizem um "A" a respeito da sua obesidade e falta de fôlego? Algum deles comentou com maior veemência as presepadas de Adriano (se esquivam dizendo que não têm nada a ver com a "vida pessoal" do jogador, mas ela, como se vê nas últimas semanas, influi decisivamente no desempenho do centroavante)? Eles, por acaso, tentaram desmacarar essa fraudulenta "corrente pra frente" por Ronaldinho Gaúcho, que nos importuna com uma saraivada de mentiras a cada rodada do Italiano? Disseram que Robinho continua sem jogar NADA compatível com sua fama desde que retornou ao Brasil? Falam que a esse time do Santos não interessa a formação de um time vencedor para dignificar o escudo desse histórico clube, e sim para valorizar perante o mercado externo os "Meninos da Vila", que logo começarão a mendigar por oportunidades fora daqui, nem que seja em mercados falidos como Turquia e Arábia Saudita? Claro que não. Mesas-redondas hoje servem para o merchandising de produtos escrotos, para a exibição de loiras-objeto mais versadas em moda do que em futebol (pensando bem, estão no lugar certo) e para nos evidenciar a decrepitude dessa gente que perdeu (ou escondeu) a capacidade de se indignar e pensar criticamente.
O último que sair, apague a luz.
quinta-feira, 11 de março de 2010
Algo de podre nesse reino
Ontem, contra um time de categoria, Ronaldo Gaúcho foi anulado com severidade. No momento da decisão, em que o Milan necessitou de seu "brilhantismo" para reverter um placar brutalmente adverso, ele não apareceu. Os comentaristas antigos diriam que ele se isolou "na ponta-esquerda" - e aplicar tal expressão aqui não seria algo para metaforizar não: o sujeito, com sua cabeleira esvoaçante, ficou o tempo todo na faixa canhota do campo, passando bolinhas laterais e tentando dribles infrutíferos, na esperança que sua "magia" funcionasse em alguma falha da atenta defesa do Manchester United. Não rolou. E como poderia ser de outra forma, se sua cabeça estava programada para pensar somente em outra camisa, nos vindouros gramados africanos e no "cala-boca" que tenciona dar no mandatário canarinho? Se ele desejava provar a Dunga que é um mal necessário, unicamente para satisfazer a seus egocêntricos propósitos de consagração individual, que colocam Ronaldinho em posição mais importante que o Milan ou até mesmo que seu próprio país? Jogar para si mesmo é coisa de enxadrista ou golfista, e não de um futebolista. Esporte errado, bambino.
Mas as Ronaldetes não precisam se preocupar: sempre aparece uma Udinese ou um Siena no caminho do craque, para ele mostrar o quão ele é "show de bola".
********
Uma coisa tornou-se impossível de assistir: os jogos do Real Madrid. Essa situação já se faz evidente há algum tempo, só que agora, mais do que nunca, com a turminha do megastar do entretenimento Cristiano Ronaldo a dar as cartas por lá, os onze que vestem a camisa merengue formam qualquer coisa, menos um time de futebol. São pessoas que correm de um lado para o outro e parecem enxergar a seu lado um adversário pessoal, um inimigo sangrento que, veja só, enverga a mesma jaqueta. Chegar ao clube como o Real é o indiscutível ápice para um atleta desse esporte - e lá temos um bando de marmanjos miliardários que não podem oferecer ao companheiro uma chance de brilhar mais do que ele mesmo. Isso é contra as leis da selvageria capitalista implementada nos gigantes europeus, já que, em qualquer firma, aquele que recebe um salário maior do que o seu, ou que conta com um maior apreço da chefia, precisa ser superado a qualquer custo. Tal amontoado de caprichos necessita apenas de um time minimamente mais coeso para ser derrubado. É o "futebol-empresa" mostrando suas contradições e fragilidades a quem quiser ver.
Mas as Ronaldetes não precisam se preocupar: sempre aparece uma Udinese ou um Siena no caminho do craque, para ele mostrar o quão ele é "show de bola".
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Uma coisa tornou-se impossível de assistir: os jogos do Real Madrid. Essa situação já se faz evidente há algum tempo, só que agora, mais do que nunca, com a turminha do megastar do entretenimento Cristiano Ronaldo a dar as cartas por lá, os onze que vestem a camisa merengue formam qualquer coisa, menos um time de futebol. São pessoas que correm de um lado para o outro e parecem enxergar a seu lado um adversário pessoal, um inimigo sangrento que, veja só, enverga a mesma jaqueta. Chegar ao clube como o Real é o indiscutível ápice para um atleta desse esporte - e lá temos um bando de marmanjos miliardários que não podem oferecer ao companheiro uma chance de brilhar mais do que ele mesmo. Isso é contra as leis da selvageria capitalista implementada nos gigantes europeus, já que, em qualquer firma, aquele que recebe um salário maior do que o seu, ou que conta com um maior apreço da chefia, precisa ser superado a qualquer custo. Tal amontoado de caprichos necessita apenas de um time minimamente mais coeso para ser derrubado. É o "futebol-empresa" mostrando suas contradições e fragilidades a quem quiser ver.
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