...do que o suspense que esse Daniel Alves faz para bater suas faltas. Ele pára, respira fundo, observa lá e cá com olhares dignos de um Robocop, em fria, milimétrica busca das melhores opções para efetuar o levantamento; faz carranca de mau, calculada pose corporal e assume um ar de superioridade de quem realmente vai decidir a partida com tal lance (sempre em busca de uma câmera, lógico, este paradigma dos jogadores modernos, junto às famigeradas chuteiras coloridas) - para, na sequência, mandar a pelota em local quase sempre frustrante para quem fez tamanho alarde de suas capacidades com a bola parada. Mas, mesmo assim, com essa capacidade de sair do método mais arrojado de interpretação para a canastrice contumaz, ele sempre está por aí, nas convocações da seleção, assim como permanece no Barcelona, um dos gigantes do futebol planetário. Sinal dos tempos é isso aí: o que conta, hoje, não é a eficiência, é a imagem. Eis a prova, corporificada em um lateral-direito que sabe, como poucos, "representar" o ofício.
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Não só é triste uma seleção brasileira que ainda precise ($$$) de Ronaldinho Gaúcho (que nada fez, como já prevíamos) e Robinho (este, agora, promovido a "capitão") - triste (ou sintomático?) é também ver um Campeonato Brasileiro trazido de volta à vida graças a uma sequência de atuações desastrosas de juízes, estes promovidos a astros principais de uma competição tecnicamente moribunda (isso graças a um tema que eu gostaria de desenvolver mais para a frente, o da banalização dos pênaltis). E, favas contadas, os que tentaram levantar sua voz ante tal estado de coisas na grande imprensa já foram sumariamente calados, para que o status quo corrente de "certame bem disputado" não se alterasse. E tudo segue como dantes, no mundo das abobrinhas.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Estamos aqui pra isso
Veja aí, mais abaixo, nos posts recentes: Mano Menezes receberia logo a ordem para convocar Ronaldinho Gaúcho. Restaria ver se o alegre treineiro a acataria. O fez. Pode ser creditado como um dos mais covardes treinadores que já sentaram no banco para comandar o selecionado tupiniquim, e um dos que pode se servir com gosto da alcunha de "pau-mandado". Se o anterior conseguiu resistir à pressão, este não só a acatou, como o fez sorrindo. E planeja fazer mais, segundo declarou. Tanga-frouxa.
Dunga, como treinador, foi péssimo, não se pode negar. Com pouqíssimos recursos, daqueles que só sabem trocar seis por meia dúzia, entregue a uma assustadora hierarquia militar, e à panelinha que todo treinador faz uso (e, em seu caso, tendo colocado a seu serviço atletas de uma pobreza sem par), sua seleção, dentro de campo, não fará a menor falta. Agora, o que este homem fez fora de campo, ah, isso sim, será inesquecível, senhoras e senhores! Um sujeito, que deveria ser, na concepção dos donos do poder da CBF, um simples cumpridor de ordens, resolver peitar, sozinho e à revelia do sr. todo-poderoso Ricardo Teixeira, a Rede Globo de Televisão e a Nike, e por tabela a própria CBF, é coisa inacreditável até agora. Aliás, com o passar do tempo, e com o papelzinho ridículo e serviçal que gente como esse Menezes costuma fazer quando lá está, o que Dunga alcançou torna-se ainda mais surreal, coisa sem precedentes mesmo. Como uma pessoa com uma mentalidade à primeira vista tão reacionária pôde tocar um projeto revolucionário como esse, o de encarar de frente as duas corporações às quais a CBF mais abana o rabinho (petulância estratégica: na época de Copa, na qual era virtualmente intocável)? Tirem esse cara daí, antes que o estrago seja maior, e tragam alguém que faça subservientemente o nosso jogo, devem ter gritado os poderosos no ouvido de Teixeira - e aí veio Menezes, com a cartilha do bom menino embaixo do braço. Aliviados, todos deram as mãos - e agora comemoram esse ridículo retorno de Gaúcho, que nada vai acrescentar a não ser o brilho de seus avançadíssimos Nike Shox à transmissão global. Vai que é sua, Júlio César!
(PS: Toro já me adianta a letra: A Ronaldomania dá as caras novamente, e faz o Timão ressurgir das cinzas, para dar alento a esse morto "Brasileirão". O Cruzeiro recebeu seu recado: o assombroso pênalti dado ao São Paulo na quarta-feira mostra que tudo pode ser feito para que Andrés, o amigão da galera, comemore o tal "Centenário" numa boa, com ao menos um título. Veremos.)
Dunga, como treinador, foi péssimo, não se pode negar. Com pouqíssimos recursos, daqueles que só sabem trocar seis por meia dúzia, entregue a uma assustadora hierarquia militar, e à panelinha que todo treinador faz uso (e, em seu caso, tendo colocado a seu serviço atletas de uma pobreza sem par), sua seleção, dentro de campo, não fará a menor falta. Agora, o que este homem fez fora de campo, ah, isso sim, será inesquecível, senhoras e senhores! Um sujeito, que deveria ser, na concepção dos donos do poder da CBF, um simples cumpridor de ordens, resolver peitar, sozinho e à revelia do sr. todo-poderoso Ricardo Teixeira, a Rede Globo de Televisão e a Nike, e por tabela a própria CBF, é coisa inacreditável até agora. Aliás, com o passar do tempo, e com o papelzinho ridículo e serviçal que gente como esse Menezes costuma fazer quando lá está, o que Dunga alcançou torna-se ainda mais surreal, coisa sem precedentes mesmo. Como uma pessoa com uma mentalidade à primeira vista tão reacionária pôde tocar um projeto revolucionário como esse, o de encarar de frente as duas corporações às quais a CBF mais abana o rabinho (petulância estratégica: na época de Copa, na qual era virtualmente intocável)? Tirem esse cara daí, antes que o estrago seja maior, e tragam alguém que faça subservientemente o nosso jogo, devem ter gritado os poderosos no ouvido de Teixeira - e aí veio Menezes, com a cartilha do bom menino embaixo do braço. Aliviados, todos deram as mãos - e agora comemoram esse ridículo retorno de Gaúcho, que nada vai acrescentar a não ser o brilho de seus avançadíssimos Nike Shox à transmissão global. Vai que é sua, Júlio César!
(PS: Toro já me adianta a letra: A Ronaldomania dá as caras novamente, e faz o Timão ressurgir das cinzas, para dar alento a esse morto "Brasileirão". O Cruzeiro recebeu seu recado: o assombroso pênalti dado ao São Paulo na quarta-feira mostra que tudo pode ser feito para que Andrés, o amigão da galera, comemore o tal "Centenário" numa boa, com ao menos um título. Veremos.)
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