Não tenho encontrado grande disposição para postar nesse blog nos últimos dias, até porque os assuntos são sempre os mesmos, e tenho sentido não só o mundo do futebol (esse já faz algum tempo), mas também os meus próprios textos, dando volta em torno de si mesmos. Espero me reciclar para breve - e, enquanto isso, tudo corre à mesma no mundinho dourado dos quadriláteros verdes. O horror prevalece, e a maioria prefere mastigar esterco e dar risada, mesmo com a verdade a menos de um palmo de suas caras.
Me animei hoje somente para pincelar, rápido, sobre um tema estúpido que, vira e mexe, toma parte dos noticiários: gente que reclama de jogar no calor. O digníssimo Fred, atacante do Fluminense, outro dia veio à TV dizer que acha "desumano" disputar partidas no fim da tarde carioca, a partir das 5, 6 da tarde. Qualquer um que jogue peladas nas praias do RJ, normalmente por tesão ao jogo, não importa o horário, não importa se com sol a pino, não importa se com a cara cheia de feijoada ou de pinga pura, por três ou quatro horas seguidas, se honraria de estar ali, no Maracanã, no lugar do 9 chorão ou de qualquer outro, mesmo se fosse derreter como uma vela - e o bonitão, do alto de seu salário de milhares de reais, ainda quer escolher os horários mais convenientes a si mesmo para exercer seu ofício. O futebol é uma profissão diferente, pois envolve diretamente essa paixão de fazer pelo seu time e torcida tudo o que for possível para obter vitórias e sangrar pelo escudo, não importam as condições. Quem torce quer se ver vingado ali, no gramado, daquilo que passa em sua vida cotidiana; por isso garra é essencial. Aí, chega um bebezão desses e usa como desculpa o astro-rei para eximir-se da responsabilidade... Tudo ao contrário do mundo real, no Playcenter futebolístico.
O outro lado da moeda: ontem, um zagueiro de um time de Minas desmaiou em campo, por conta de uma quase insolação - só que seu jogo transcorria às 11 da manhã. Como torcedor, sei que esse horário é um dos mais imbecis que já inventaram para a prática do futebol - mas, se já aceitaram como cordeirinhos as determinações das espúrias entidades conhecidas como "federações regionais", essas que tanto fazem para "lançar moda" e, assim, agradar a nave-mãe FIFA com suas incríveis "inovações" (quem sabe elas não se "globalizam" e passam a ser praxe em campeonatos europeus também?), porquê equipe e jogador (não podemos eximir a própria pessoa de tal encargo) não se prepararam de maneira satisfatória para encarar a sufocante jornada? O que é isso de colocar a vida de um atleta em risco em nome de puxar saco de manda-chuvas e de ganhar uma graninha das TVs UHFs/pagas que transmitem as contendas em tais horários? O caso de Fred configura-se como birrinha de jogador mimado; esse daqui, como pura e absoluta irresponsabilidade de todos os envolvidos, em nome da viciosa "nova ordem" que, coincidência ou não, já vitimou diversos futebolistas no exercício da função nos últimos anos.
Ser jogador de futebol é uma dsa "profissões" mais faceis do Mundo. O cara só tem que treinar para jogar apenas 90 minutos! Isso com uma parada de 15 minutos no meio!
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