sexta-feira, 2 de março de 2012

O show do vazio

Vivo dizendo a um amigo: os de agora, ignorantes históricos contumazes que chafurdam por opção pessoal (ou mesmo por conta de uma inescapável mediocridade intelectual) no imediatismo mais raquítico, PRECISAM que Messi seja o maior de todos os tempos, pois a quantidade de dinheiro e de massiva publicidade que destinam ao jogador é tão sem precedentes que a necessidade de elevá-lo de qualquer maneira a um patamar de Olimpo é imperativa. O que significam os "recordes quebrados" pelo argentino, em tempos de futebol tão destroçado? Tais números sequer conseguem figurar com maior destaque na biografia do 10 do Barça, de tão frágeis (ou irrelevantes) que são se colocados em um contexto de história - apenas demonstram que a presença de um "craque" de tal magnitude não ajudou a fortalecer o futebol, e sim a enfraquecê-lo, para girar viciosamente em torno dessa grotesca mistificação (mistificação essa que a própria figura de Messi, um sujeito pálido, sem vibração, trata de tornar paradoxal a todo momento).

Se exageros ainda mais absurdos já foram perpetrados nesse desespero, típico dos nossos tempos, em encontrar relevância em si mesmo (como Ronaldinho Gaúcho, por exemplo, figurar em algumas listas de "maiores" feitas por esses asnos corporativistas que são os "especialistas"), o caso Messi apenas coloca a nu o horror de uma época que busca forjar a própria importância em lugar de ser realmente importante. E o vácuo só aumenta.

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