segunda-feira, 6 de abril de 2015

Pois estava molhado além de morto


Segunda-feira, vemos em destaque nos portais de Internet a incrível goleada do Real Madrid em cima do Granada (quem?), 9 a 0, e, obviamente, com "show" do "melhor do mundo", Cristiano Ronaldo, que marcou 5 tentos. Para muitos, isso atesta a saúde de ferro de um grande clube, este rolo-compressor que massacra quem quer que apareça pela frente - pra gente, amargos como sempre, somente confirma a triste falência desse campeonato que deveria ser oficialmente extinto (pois extra-oficialmente já não existe faz tempo), o espanhol.

Sim, pois um resultado desse é coisa para se lamentar, não merece destaque ou comemorações. É um obituário, a atrasadíssima missa de sétimo dia de um cadáver que há muito já se foi - e que ainda insistem em não velar. Pobres os que enxergam "show" nesse tipo de partida, já que desde o início espera-se uma goleada do gigante, basta apenas resolver o problema do placar, quantos gols teremos dessa vez, e o acuado time pequeno não objetará em momento algum, sua resistência será pífia, apenas aquela protocolar para garantir o emprego da moçada, "fizemos o que pudemos", na verdade não podiam mais do que isso mesmo, o torneio foi construído para que assim o fosse e ninguém parece incomodado, ao contrário, fica a impressão que todos ali se seguram para não aplaudir Cris Ronaldo CR7, estão maravilhados como crianças por estar no mesmo gramado que o "ídolo", queriam ser como o astro das sobrancelhas modeladas porém nada fazem para alcançar tal objetivo além de jogar uma bolinha bem mais ou menos em um clube que oscila todo ano entre primeira e segunda divisões, resta apenas dizer algum dia que jogou contra ele, seja em entrevistas para programas que mostram a vida de ex-boleiros ou em descontraídas churrascadas com os amigos, afirmar que Cris estava "em dia de Maradona", que "era impossível pará-lo", ajudar a construir um mito que não permite desconstrução, contente com sua função de ser um nada na inclemente roda do destino, mas pleno de satisfação por conta da foto que tirou com o craque luso e de ter trocado camisas com ele ao fim do prélio, a sua camisa não se sabe que destino teve, mas a dele... Esta mereceu ser colocada em moldura de vidro e pendurada na sala daquele que um dia foi seu adversário - e que não possui alternativa senão aceitar um 9 a 0 contrário como o maior feito de sua carreira, e ostentar o orgulho da derrota pelo resto da vida.

Fechem esse campeonato espanhol, ainda é tempo!

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