quarta-feira, 8 de julho de 2015

Do mastigativo ao defecativo


Hoje, um ano depois do 7 a 1, existe a consciência, enfim ampliada, de que a podridão no futebol chegou ao pescoço.

Porém, assistir a uma dessas mesas-redondas dominicais (ou mesmo a essas diárias, horror dos horrores), nos dá a impressão de que tudo está bem.

Claro, é inegável que as críticas são mais duras e certas realidades são agora cruamente expostas; mas ali ainda douram a pílula constantemente, sem atacar o estado de coisas que faz deste campeonato brasileiro de 2015 não apenas um torneio deprimente, mas também a base de tudo que está errado com o futebol jogado hoje e que estoura nessas absurdas seleções montadas de uns tempos pra cá. Como se pode conseguir algo se técnicos covardes são chamados de "estrategistas"? Quando seus times empatam em 0 ou ganham pelo placar mínimo, pois não atacam e plantam-se em blocos panzer que agora são chamados de "compactação", não são contestados, e sim exaltados pela "postura da equipe"? Quando craques já saem dos juniores com braços tatuados e cabelinho montado a la Lucas Lucco, porém sem sequer saber dominar uma bola, quanto mais outros fundamentos? Quando categorias de base são transformadas em sucata, ou em morada de empresários amigões (estes que via de regra já levam a tiracolo seus pupilos, estes extraídos de escolinhas de futebol, não mais de várzeas ou campos de terra)? Onde diretor de futebol é tido como "estrela" (vide Edu Gaspar e Alexandre Mattos), onde se dilapida um elenco com extrema facilidade, onde se vende atletas para lavar grana, onde bobagens como "naming rights" viram pauta importante? Achar um modorrento empate sem gols um "jogo de interessantes variações táticas" ou sorrir feito um retardado para as câmeras graças a matérias engraçadinhas também contribuíram para o 7x1. Jogar pra galera agora é fácil.

Prova de que nada mudou: ainda tem gente dando moral para o A$$is, empresário de Ronaldo Gaúcho... É mole???

Nenhum comentário:

Postar um comentário