terça-feira, 29 de setembro de 2009

Rio 2016: aqui, não!

Uma coisa liga à outra: na semana que soltaram o balão de ensaio sobre a contratação do Ronaldo Gaúcho pelo Corinthians, os canais de TV resolveram fazer sua parte para a mentira colar. Em alguns programas esportivos (sim, foi em mais de um), pude ouvir algo impagável, hilariante se não fosse tão espúrio, quando da exibição dos gols do Italianão: "apesar de ter Ronaldinho entre os titulares, o Milan não conseguiu balançar as redes, e empatou em 0 a 0 com o Bari". Pois é, dissimulação pouca é bobagem. Quem ainda é tonto de acreditar em tais enunciados calhordas, que têm como propósito, além de manipular e ludibriar o telespectador mais inocente (em sua eterna preguiça, ele pensa, esparramado no sofá de casa, Brahma nas mãos: "nossa, ele deve ter jogado muito bem!"), também o de tentar melhorar a imagem do falido "craque" para que sua duvidosa volta ao país se consolide com pompas de gênio? Ora essa... Aqui, não!

E, agora, uma tomada de posição por parte desse blog: ao contrário da forjada "corrente pra frente" que muitos tentam instituir por aí, nós somos radicalmente CONTRA a realização da tal Olímpiada de 2016 no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro. Essa sede megalômana em "globalizar" as cidades tupiniquins, essa vontade insaciável de "inserir" o país no mundo "desenvolvido", de mostrar a todos que o brasileiro é realizador e capaz, que é lutador e não desiste nunca, só interessa a quem possa lucrar - e bastante - com isso. Por isso que apresentadores e repórteres, entre sorrisos abertos e palavras de encorajamento, exortam o povo a "torcer" pela nobre candidatura: isso representa torrencial investimento de patrocinadores pingando igual cachoeira nos cofres da sua respectiva emissora, além de possibilidades extremamente atraentes para o carreirista ("cobri a Olimpíada do RJ", ele acrescentará em seu currículo, todo pimpão). Tal visão mercantil e unilateral não permite admitir que reformas estruturais são muito mais urgentes e importantes para a saúde da nação do que qualquer evento esportivo. Mas o que fazer se o próprio povo, sempre o grande prejudicado nesses joginhos de armar das cúpulas dominantes, prefere assistir a alguma competição de lançamento de dardo no Engenhão, a exigir melhores escolas e postos de saúde para si e para os seus? Ora essa... Aqui, não!

4 comentários:

  1. Colega, eu estou entre os que apóiam o evento no Rio. Embora assine em baixo de quase tudo o que você falou (eu tenho urticária toda vez que neguinho vem com discurso patriota falso), acho que o evento é a chance de dar uma levantada no Rio, uma cidade tão destruída pelo descaso do poder público.

    Um evento deste porte vai ajudar, e muito, a gerar empregos e alavancar o turismo, o que é importante para um país que, veja só, atrai menos visitantes que cidades como Paris e Hong Kong.

    Com certeza, a cidade receberia um bom volume de investimentos, especialmente em infraestrutura, que só chegaria em décadas. Se houver fiscalização, esse evento pode sim se tornar um benefício e compensar as torpezas de sempre. Que, aliás, virão de um jeito ou de outro. Abraços, parabéns pelo blog e continue lutando contra a palhaçada da mídia esportiva!

    Fábio

    ResponderExcluir
  2. Cara, concordo imensamente contigo quando fala que "há meios mais racionais para levantar o Rio". Mas há uma coisa que precisamos admitir: o brasileiro não sabe muito o que é racionalismo. Também acho que seria muito melhor que as coisas avançassem naturalmente. Mas acho que isso seria muito utópico. De qualquer forma, acho possível haver mais benefícios que prejuízos. Mas aí depende também da gente. Um bom exemplo está na Copa do Mundo. Querem fazer farra com o dinheiro público, inclusive em estádios privados, mas a nossa vigilância, até agora, tem impedido isso. Que assim permaneça!

    Em tempo: quando falo de obras, não me refiro às instalações esportivas, mas à infra-estrutura básica, especialmente o transporte público, que no Brasil é tão vilipendiado quanto a saúde e a educação.

    ResponderExcluir
  3. Para quem mora no Rio, e sabe que o Pan é um exemplo que infelizmente será seguido, sou totalmente contra.

    Esses investimentos podem entrar de outra maneira, e para outras coisas. O PAn não melhorou em NADA a cidade do Rio de Janeiro. Não criou linhas novas de onibus, não expandiu o Metro, não asfaltou ruas. Só contruiram os famosos "elefantes brancos", que estão mais do que largados agora.

    Neste pais, para nossa tristesa, esses eventos servem para os comandantes do pais ficarem ricos. Melhor, mais ricos.

    ResponderExcluir
  4. me da asco!

    e na tv seguem afirmando q o exemplo do pan tem q ser seguido. só se for do chocolate, catso!

    vai brazil, rumo ao imperio q ja é teu!hahahahahaha

    ResponderExcluir