segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Lá vem o sol

Não tenho encontrado grande disposição para postar nesse blog nos últimos dias, até porque os assuntos são sempre os mesmos, e tenho sentido não só o mundo do futebol (esse já faz algum tempo), mas também os meus próprios textos, dando volta em torno de si mesmos. Espero me reciclar para breve - e, enquanto isso, tudo corre à mesma no mundinho dourado dos quadriláteros verdes. O horror prevalece, e a maioria prefere mastigar esterco e dar risada, mesmo com a verdade a menos de um palmo de suas caras.

Me animei hoje somente para pincelar, rápido, sobre um tema estúpido que, vira e mexe, toma parte dos noticiários: gente que reclama de jogar no calor. O digníssimo Fred, atacante do Fluminense, outro dia veio à TV dizer que acha "desumano" disputar partidas no fim da tarde carioca, a partir das 5, 6 da tarde. Qualquer um que jogue peladas nas praias do RJ, normalmente por tesão ao jogo, não importa o horário, não importa se com sol a pino, não importa se com a cara cheia de feijoada ou de pinga pura, por três ou quatro horas seguidas, se honraria de estar ali, no Maracanã, no lugar do 9 chorão ou de qualquer outro, mesmo se fosse derreter como uma vela - e o bonitão, do alto de seu salário de milhares de reais, ainda quer escolher os horários mais convenientes a si mesmo para exercer seu ofício. O futebol é uma profissão diferente, pois envolve diretamente essa paixão de fazer pelo seu time e torcida tudo o que for possível para obter vitórias e sangrar pelo escudo, não importam as condições. Quem torce quer se ver vingado ali, no gramado, daquilo que passa em sua vida cotidiana; por isso garra é essencial. Aí, chega um bebezão desses e usa como desculpa o astro-rei para eximir-se da responsabilidade... Tudo ao contrário do mundo real, no Playcenter futebolístico.

O outro lado da moeda: ontem, um zagueiro de um time de Minas desmaiou em campo, por conta de uma quase insolação - só que seu jogo transcorria às 11 da manhã. Como torcedor, sei que esse horário é um dos mais imbecis que já inventaram para a prática do futebol - mas, se já aceitaram como cordeirinhos as determinações das espúrias entidades conhecidas como "federações regionais", essas que tanto fazem para "lançar moda" e, assim, agradar a nave-mãe FIFA com suas incríveis "inovações" (quem sabe elas não se "globalizam" e passam a ser praxe em campeonatos europeus também?), porquê equipe e jogador (não podemos eximir a própria pessoa de tal encargo) não se prepararam de maneira satisfatória para encarar a sufocante jornada? O que é isso de colocar a vida de um atleta em risco em nome de puxar saco de manda-chuvas e de ganhar uma graninha das TVs UHFs/pagas que transmitem as contendas em tais horários? O caso de Fred configura-se como birrinha de jogador mimado; esse daqui, como pura e absoluta irresponsabilidade de todos os envolvidos, em nome da viciosa "nova ordem" que, coincidência ou não, já vitimou diversos futebolistas no exercício da função nos últimos anos.

Um comentário:

  1. Ser jogador de futebol é uma dsa "profissões" mais faceis do Mundo. O cara só tem que treinar para jogar apenas 90 minutos! Isso com uma parada de 15 minutos no meio!

    Nada mais a comentar.

    ResponderExcluir