sábado, 11 de junho de 2011

Me engana que eu gosto, parte 1

Pescadas entre tantas, aqui estão algumas dessas recentes fraudes criadas no futebol brasileiro, e vendidas (ou não) a peso de ouro a fãs e times incautos, com a ajuda inestimável da CBF e da seleção brasileira:

DENILSON - Esse negócio de nego nos encher o saco com especulações para determinado jogador "ser cobiçado" ou "interessar" ao Barcelona não é de hoje - o ponteiro Denilson já havia sido alvo de campanha similar, quando foi negociado por uma fortuna junto ao Betis (e muitos diziam que era apenas uma questão de tempo para essa "revelação" do futebol brasileiro chegar ao gigante catalão). Deu chabu: no Betis, contaminado pelo oba-oba, Denilson acomodou-se, e, aos poucos, mostrou ser um desses tantos atletas supervalorizados que o modernismo cria com sua máquina de hologramas. De volta ao país das bananas, no Palmeiras, mostrou-se a léguas mesmo do pouco que havia feito, uma molécula do que previram que faria em sua trajetória, e passou a rodas clubes de medíocre expressão para faturar uns trocados. Esse é aquele que a revista Placar, em sua edição especial para a Copa de 98, disse que, se jogasse "solto na esquerda, poderia tornar-se o craque da competição". Vai Brasil!

FÁBIO ROCHEMBACK - Esse aqui deixava muitos queixos caídos em Porto Alegre no fim dos anos 90, e já era considerado (por quem?, você deve se perguntar - pois é, eu também não sei) um volante de primeiro time quando, do Internacional, foi negociado com o (olha aí de novo!) Barcelona. Lá não conseguiu sustentar a farsa por muito tempo: jogador como tantos outros volantes do mundo, Rochemback, escarrado por não ter força ou categoria suficiente para estar em um massiste europeu, foi fazer carreira no tecnicamente miserável (e sempre conveniente) campeonato português, representando o Sporting de Lisboa. Retornou ao Brasil, sem ter deixado qualquer lembrança duradoura no Velho Mundo, para jogar no rival Grêmio - o que mostra, inequivocamente, que, para jogadores da nova safra, esse negócio de honrar e respeitar as seculares rivalidades regionais definitivamente não é importante quando surge a fala macia de um gordo contracheque.

MANCINI - Não ter conseguido se firmar como titular em times claudicantes como Portuguesa e São Caetano não impediu o lateral Mancini de ir à Roma. Lá chegou, fez boas temporadas jogando como atacante (!), e, aproveitando-se do imediatismo corrente, foi negociado com a Inter de Milão. Ali, o que poderia fazer? Nada, óbvio - nem quem comprou o "craque" deve ter acreditado que seria diferente (e quem encheu os bolsos de grana com essa estapafúrdia negociação deve sorrir de orelha a orelha até hoje). Mas a surpresa não termina por aí: depois de ser encostado no elenco interista, foi emprestado ao Milan! Como um jogador tão mediano, que por cá era peça de troca em equipes de segunda divisão, pode vestir, em duas temporadas seguidas, camisas tão poderosas? Em uma demonstração de que nem tudo está de ponta-cabeça, Mancini lá também sequer fez vento, e voltou ao Brasil, para o Atlético Mineiro - e, se as coisas correrem como o esperado, deve comer banco mais uma vez.

Logo logo tem mais!

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