terça-feira, 16 de junho de 2009

ÓDIO ETERNO...

O pior ainda está por vir. O jogo da Itália teria sido intragável somente pela mera presença daquele uniforme ridículo, que desonra até mesmo sua própria tradição. Mas por diversas e dolorosas vezes, a bola apanhou de tal maneira dos jogadores, que os mesmos deveriam ser enviados de volta a escola, imediatamente. O que dizer sobre isso, que ainda não dissemos? É a marca de um Império de mais de 500 anos cada vez mais fincada nas veias de, praticamente, todas as sociedades deste novo milênio. Só mesmo a resistência poderá derrubá-lo. E ela não acontece fácil neste quadro de tanta miséria. Voltemos à Terra da Bota.

A cultura dos gladiadores, do Coliseu, de muito sangue. A resistência dos italianos ainda existe, aliás, uma das mais fortes, do ponto de vista do futebol. Mas ao mesmo tempo não é preciso fazer pose de profeta pra afirmar que, em breve, a torcida azzuri terá boas manchas de celeste. Nós vimos isso acontecer incontáveis vezes, desde a Parmalat, em 1992. Nesta luta, a coisa mais difícil é abrir mão de uma paixão, quando você percebe que ela está morta. O futebol vem descendo ladeira abaixo.

Eu não costumo mais acompanhar o futebol, e pior, tenho sentido muito nojo ao assistir e ouvir qualquer coisa a respeito. O jogo da Itália rolava na tela e meu velho curtia, na dele, enquanto eu via Klinsmann no computador. Até que ele me perguntou sobre a tal camisa nova. E aí eu me prendi. Nestes momentos, quem fala mais alto é o ódio. Foi assim que acordei de madrugada, nos sete jogos do Brasil pela pseudo copa do mundo, no Japão. Eu tinha que ver o demônio atuar. Um pouco antes do velho me chamar a atenção, eu já estava a ponto de visitar a cozinha porque o som do jogo e, principalmente da narração, estava me fazendo mal. Realmente, aquelas cornetas histéricas africanas em nada se lembram com as mexicanas, da Copa de 1986. No fim da Copa, vai estar todo mundo com zumbido na consciência por culpa dessa merda. Mas eu preferia dois dias sem parar as ouvindo, do que agüentar um minuto de uma narração nos moldes da Rede Globo que inundou, praticamente, todos os veículos deste país. Marcas do Império.

E como eu sempre digo, a porra da moeda tem duas faces. Hoje faz dez anos que o Palmeiras venceu a Libertadores, em 1999. Eu tava voltando da Mooca, no bus, pra São Bernardo. Mas desejo que o Nacional avance, porque, como tenho aguardado há alguns ansiosos dias, uma semifinal contra Estudiantes certamente nos fará muito bem. E, claro, as duas rodadas finais do Torneio Clausura serão, certamente, interessantes. Como nos bons tempos, poderemos ver futebol. Não pelos jogos, pelos gols. Pela alma. Pela resistência. Contra esse Império maldito que, como não poderia ser diferente, levou o futebol junto na sua covarde investida final. Nostradamus vencerá. Salu!

Um comentário:

  1. Nacional x Estudiantes em uma das semifinais. Eis que o futebol moderno toma uma alfinetada no cu!

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