domingo, 8 de novembro de 2009

O Reich midiático em ação

Ronaldinho Gaúcho ($$$) aplicou um elástico no zagueiro da Lazio, dentro da área inimiga, no jogo de hoje. Ele estava mal em campo, em especial no segundo tempo, mas o tal lance levantou os narradores/comentaristas, que viram ali, salivando, o lampejo de brilhantismo que esperavam do nosso "craque". Só que houve um detalhe interessante neste lance: na sequência, ele saiu com bola e tudo. Não houve a continuidade da jogada, já que, depois de fazer o drible, o campo tinha acabado, e o atleta, na afobação egoísta de mostrar que é habilidoso, irreverente e "artístico", não se apercebeu desse fato. Seria uma situação de jogo como qualquer outra, até mesmo um tanto ridícula, não fosse a sensacional intervenção do VT: nos replays (uns 3 ou 4 seguidos), a televisão simplesmente cortou a bola saindo, e, interessada somente em pirotecnia e não em efetividade, mostrou o malabarismo como se tivesse sido realmente uma grande jogada. É o tipo de manipulação escrota e aparentemente inofensiva que serve para dar tempero aos banais programas de esportes, mas que não pode passar despercebida porque são muitos os interesses em ver o jogador "reabilitado" perante a opinião pública: o da Nike, e do próprio Milan, que não querem ver o investimento vultoso que ainda fazem no sujeito escoar pelo ralo; o da FIFA, que não gostaria de ver o detentor de dois prêmios seus de melhor do mundo se revelar um preguiçoso embuste; o da CBF e das redes de TV que possuem os direitos da transmissão da Copa, necessitadas de um chamariz maior para a despersonalizada seleção que irá à África ano que vem, e por aí vai. É gente muito graúda envolvida - e o asco provocado por tal repeteco é que o corte da saída da bola possui todo um assustador contorno político, no sentido mais desgraçado e imundo que isso possa ter. Joseph Goebbels, o manda-chuva da propaganda nazista, não disse que uma mentira repetida muitas vezes torna-se realidade? Aí está o replay de um simples lance futebolístico a nos mostrar, na prática, que isso realmente acontece. Coisa para meter medo no mais cético dos seres.

Depois, ele levantou-se, rindo como sempre. Não se vê felicidade nesse sorriso: vê-se nervoso, pressão, incômodo, vontade de sumir. Ronaldinho Gaúcho, tido por muitos analistas como a renovação da alegria no esporte mais popular do mundo, se vê cada vez mais acuado dentro do rótulo que lhe impuseram - mas o mantém, mesmo que com evidente mal-estar e falsidade. Sua postura robotizada em campo hoje em nada difere da de um executivo engravatado de seus patrocinadores, por exemplo, que bate ponto e trabalha enfurnado em um escritório. O futebol modernista reduziu jogadores a papéis estritamente burocráticos na manutenção de seu papel de "estrelas", e exige que torcedores engulam VTs demoníacos disfarçados de angelicais como se fossem verdade absoluta. Sinceramente, já não sei mais o que fazer.

2 comentários:

  1. Eu vi esse lance, e havia comentado com meu irmão também. Impressionante!

    Agora, quem tem o prazer de ver JobSHOW "perto" de casa, não quer saber de A$$i$!

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  2. nao sabia q a lisa mcdowell jogava bola agora nas pradarias de zamunda???

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