A coletiva no Parque São Jorge já caminhava modorrenta, a passos de mamute. Aquele silêncio desconfortável entre uma pergunta e outra, um climinha de fim de feira pairando no ar, o técnico Mano Menezes falando baixo e pausado como que a mostrar que estva doido para cair fora dali. Neste cenário naturalmente bocejante, surge, do nada, um ser que eu não sei quem foi, e solta a pergunta mais burocrática que alguém poderia ter vomitado ali, naquela ocasião: "Quem irá desequilibrar o clássico: Ronaldo ou Adriano?". Merece aplausos inflamados, essa pessoa. Ela mostrou que a inutilidade de tais eventos pós-treino pode ser ainda maior do que se cogita. Afinal, ali era o lugar certo para soltar essa pérola: as coletivas sempre são uma congregação de lugares-comuns, e a competição para ver qual jornalista faz a pergunta mais estúpida ou redundante é acirradíssima. A criatura responsável por tal indagação estava em absoluto piloto automático; não buscava, nem em sonho, uma maior reflexão sobre o esporte e nem sobre a postura dos times e seus atletas, não intencionava arrancar do técnico algo que os outros não fariam, sequer cogitava sacudir o ambiente com algo mais provocativo ou inteligente (coisas que deveriam constar do manual de atuação de qualquer jornalista que honre sua profissão). Não: ele, preguiçoso, preferiu soltar a questão que todos já haviam feito e ainda farão até a hora do prélio, apenas para marcar sua presença e dar espaço para o próximo. E, sem a menor sombra de dúvida, sua matéria no jornal, na Net ou na TV, horas depois ou no dia seguinte, será tão banal quanto sua paupérrima retórica. Tadinho do Mano, que ainda trata com educação tal corja de presepeiros.
São esses os profissionais que as faculdades aprovam e os veículos empregam? Pessoas que não conseguem sair da superfície, possuem asco pelo questionamento, atentedem aos mandos e desmandos corporativistas de seus empregadores e fazem cara de bolacha quando entrevistam alguém? Depois reclamam que Muricy e Maradona destrata essa gente... Chamar esses repórteres esportivos de cavalgadura é ofender os eqüinos. Chicote neles, para tomarem vergonha!
clap, clp, clap, clap
ResponderExcluirAdriano fora do jogo por queimadura do pé? E aquele que já sofreu com “terríveis” bolhas vai ganhando, assim, confiança para “brilhar”. Nunca, no futebol, os 90 minutos foram tão indiferentes aos resultados do jogo.
Pobre legado de Fried!
Hahaha. Uma bolha no pé é a maior comprovação de quão banal é esse individuo. Quando Romário dizia que saia, bebia, comia mulher na concentração, ele falava por que no outro dia fazia 2 gols. Agora, temos que engolir panzers como craques.
ResponderExcluirEm relação aos reporteres, o que mais me revolta é quando um imbecil faz uma pergunta imbecil e o reporter a seguir faz exatamente a mesma pergunta. E quanto o treineiro não os trata com educação, como é o Muricy, é taxado de arrogante.