domingo, 19 de junho de 2011

Caldeirão? Por onde que eu não vi?

(Notícia retirada do site "Diário da Bananolândia":)

TORCEDOR PROCESSA JORNALISTAS POR PROPAGANDA ENGANOSA
Por Paulo Nonato

Um torcedor de São Paulo, capital, que preferiu não se identificar, mas que aceitou que divulguemos as iniciais G.C., está com um processo correndo na justiça da cidade, no qual responsabiliza todos os jornalistas por aquilo que considera propaganda enganosa divulgada em sites, jornais e programas de TV. "Sim, pois eles estão dizendo que, se o Santos mandar a final da Libertadores no Pacaembu, o estádio se transformará em um 'caldeirão'. Considerei tal afirmação, além de mentirosa, ofensiva, pois, se brasileiro sequer sabe torcer, comporta-se no campo como uma tia velha, como terá condições de tornar qualquer ambiente em um 'caldeirão? Por isso, processo mesmo".

G.C. acredita que existam outros interesses por trás de tal colocação. "É uma maneira de tentar passar para aquele que está em casa um sentido da loucura que uma 'final' deve ter, mas de forma desesperada e proto-marketeira, que visa produzir esse clima na véspera de forma artificial, incutir no torcedor que ele ajudará a criar um descontrole e a fazê-lo acreditar que qualquer coisa que assista no Pacaembu quarta-feira remeterá a um memorável inferno na Terra - mas eles sabem que os que lá vão gastaram muito dinheiro para simplesmente 'torcer', essa coisa animalizada e reservada somente aos de baixo nível econômico/social. Por isso, em 10 minutos começam essa coisa típica de brasileiro, que é vaiar o time se as coisas não saem como o esperado. Barulho de apupos não é 'torcer'", afirma.

"Também é uma forma ridícula de igualar a torcida nativa com as demais latino-americanas, ainda baseado no clichê 'Brasil é o país do futebol'. No discurso desses profissionais, não podemos ser inferiores às torcidas de outros países, pois, de acordo com o chavão, precisamos ser melhores do que eles em todos os níveis. Mas a tradição platina, uma escola reconhecida universalmente como exemplar, ensina que uma torcida deve ser a força do time partindo das aquibancadas - e a brasileira, que o time deve, do campo, empurrar a torcida e ditar suas reações. A latina reage antes e durante; a brasileira, somente depois. A mentalidade é o exato inverso, e o brasileiro nunca transporá esse abismo que o separa do torcedor verdadeiro porque uma questão cultural os diferencia".

Com o processo já iniciado, G.C. acredita em uma vitória no litígio. "É lamentável que essas pessoas da imprensa, e até mesmo esses torcedores de ocasião, insistam em criar uma realidade paralela, ao invés de começarem a trabalhar com fatos concretos, que qualquer um com a cabeça no lugar pode ver. Quando tiverem a humildade de admitir que Brasil não possui torcidas, e sim gente que vai assistir aos jogos, pode ser que algo se transforme".

Um comentário: