segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O que vou fazer quando a festa acabar?

Já fizemos algumas postagens aqui para comentar o inexplicável: Felipe Melo ser tratado a pão-de-ló por Dunga, na seleção brasileira, e pela Juventus de Turim, que o comprou por uma fábula da esperta Fiorentina, que repassou o jogador rapidinho e capitalizou barbaridade com isso. Pois bem: algumas semanas atrás, a realidade voltou a bater à porta do garoto, e ele foi eleito o pior estrangeiro do Campeonato Italiano, o popular Italianão. Nesse caso, não é preciso nem levar em conta o caráter altamente humorístico do prêmio - por vias tortas ou não, eles acertaram em cheio.

Melo nunca havia conseguido ser sequer titular nos três clubes nos quais esteve presente no Brasil - Flamengo, Cruzeiro e Grêmio. Não só isso: de todos ele foi enxotado, saído pela porta de trás, transformado em refugo e em peso morto para trocas em negociações de outros jogadores mais ou menos. O empresário do cara, já em desespero, tentou a última saída para um atleta em vias de fracassar 100% em uma carreira que prometia: o Eldorado europeu. De repente, lá surge Melo, brigador e raçudo, com a camisa da Fiorentina, depois de perambular sem brilho (como de costume) por alguns timecos espanhóis - e Dunga, sempre ligeiro, já o convoca para seu selecionado, orgulhoso por ter "descoberto" tamanho "talento". Do nada, ele passou a ser tudo. Em ascensão vertiginosa, foi à Juventus de Turim, clube que investiu uma dinheirama danada em seu passe, e lá foi recebido com pompas de xerifão do meio-campo. A fraude durou um magro par de anos: Felipe Melo está de volta, agora, aos tempos de Mengo e Cruzeiro, vaiado nas substituições, contestado no time titular, eleito o pior do torneio que participa. A carruagem transformou-se em abóbora.

Dunga aqui não dá o braço a torcer, e diz que seu menino de ouro joga em posições diferentes na seleção e na Juve. Como, agora, justificar a queda de alguém que o treinador "descobriu" e que se mostra um embuste dessa magnitude? Ora, se o manda-chuva observasse o currículo pregresso de Melo, veria que não era possível que alguém tivesse passado a ser craque assim, de uma hora para outra, depois de 10 anos batendo cabeça para obter ao menos a titularidade de times com expressão zero (Almeria, Racing Santander, Mallorca...). Isso absolutamente não existe para além dos vorazes reinos do marketing e dos assessores de imprensa. Viveu um bom momento na Fiorentina, mas foi extra-valorizado ao ponto do absurdo. Agora sim as coisas estão em seus devidos lugares. O próprio Dunga já mexe seus pauzinhos, e a convocação de Fábio Simplício nos últimos amistosos não foi à toa, não. O mundinho mágico dos clubes europeus e dos programinhas esportivos do horário do almoço possuem esse poder: ao mesmo tempo que lhe tornam um fenômeno, podem lhe atirar aos leões num piscar de olhos. Depois não diga que não avisamos antes...

(Para encerrar: alguém ainda agüenta o companheiro de Melo no meio-campo canarinho, o tal de Gilberto Silva, um dos maiores burocratas da bola? É cargo de confiança isso, assim como acontece em repartições públicas?)

2 comentários:

  1. 1o - Não fale mau do DEUS Simplicio! GENIO!
    2o - O Felipe Melo me lembra e MUITO o Edmilson! Um jogador patetico, que em TODOS os times foi expulso, e que de repente se tornou um crauqe. Que bom que durou pouco.
    3o - Gilberto Silva nunca foi nada também. Outro exemplos dos que "Jogamos na Europa, somos craques"
    4o - Cadê o texto sobre JobSHOW?

    ResponderExcluir