sábado, 18 de julho de 2009

Tava ruim, mas tava bom

Estive pensando, esses dias, na transferência de Sávio para o Real Madrid, lá por 96/97 (se errado estou, me desculpe, estou com preguiça de fazer pesquisa). Esse era um jogador bastante discutido pelo Toro e por mim, já que nos parecia deveras supervalorizado - apesar de mais objetivo que um Denilson, por exemplo, atleta que também atuava na faixa esquerda do ataque, Sávio não empolgava. Era bundinha demais, caia muito, chorava o tempo todo. O fracasso da seleção olímpica (novidade...) de 96 meio que queimou o cara; portanto, foi até certo ponto espantosa a sua contratação pelo clube madrilenho, já que diversos outros jogadores se encontravam em momento muito melhor do que o dele - mas, vendo tudo em retrospecto e observando o que temos à disposição nos paupérrimos gramados brasileiros agora, o sujeito chega a tomar o vulto de um Canhoteiro ou de um Edu. E, garanto, isso não é loucura.

Nunca pensei que fosse ter tanta saudade de um cara como esse, ou mesmo dessa época num todo. Claro, foi quando as coisas começaram a entortar de vez; mas ainda era necessário se apresentar um futebol acima da média para chegar a um clube gigantesco como o Real. Hoje, vemos por lá um tal de Marcelo, jogador que mal chegou a se firmar como titular no Fluminense, e que, não se sabe porquê, foi para a esquadra merengue para ser o substituto de Roberto Carlos. As situações de ambos até rendem comparação: enquanto este último foi para a Europa já consagrado como lateral do Palmeiras e como titular da Seleção, o primeiro fez o caminho inverso, e busca se aparecer para os brasileiros atuando por um time de fora. E trata-se de um atleta burocrático, nada mais. O padrão do futebol brasileiro, hoje, são os Marcelos, e não os Sávios (caramba, olha o que estou dizendo!). Um driblinho ou uma jogada de efeito - ou até mesmo um VT caprichado - já serve para tirar qualquer um daqui, rumo ao superestrelato. Qualquer um mesmo, cabeças de bagre, gente que mal sabe os fundamentos básicos do esporte. Felipe Melo na Juventus, Maxwell (quem?) no Barcelona, Maicon na Inter de Milão... Um cenário que chega a dar desespero. É a definitiva vitória da mediocridade.

A temporada de caça dos times europeus já está aberta. Dela, podemos esperar cada vez mais aberrações.

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